Os alunos estão em greve desde segunda-feira (17), como forma de protestar contra o atraso das obras no campus daquela cidade, que dariam a infraestrutura necessária ao pleno funcionamento do Curso. O Reitor Jesualdo Farias suspendeu, extraordinariamente, a pauta da reunião do CEPE para permitir que os alunos expusessem suas preocupações.
Em nome deles falou Jonas Nogueira, que começou destacando o fato da greve ter sido deflagrada segunda-feira, mesmo estando marcada uma audiência com o Reitor para aquele dia. Foi uma atitude decorrente do clima que se instalou no curso de Sobral, esclareceu, acrescentando ainda que os alunos não acreditavam em promessas nem em prazos. O jovem garantiu que, em nenhum momento, eles tiveram intenção de tomar atitudes violentas, como invadir a Reitoria, mas frisou que não estavam “brincando de fazer greve” e queriam que suas inquietações chegassem, também, à comunidade de Fortaleza.
Referindo-se ao documento entregue, na terça-feira (18), pela Profª Clarisse Ferreira Gomes, Pró-Reitora de Assuntos Estudantis, o representante argumentou que seria necessário acrescentar alguns pontos, tais como segurança no campus e sistema de manutenção dos equipamentos. Por fim, sugeriu que fosse formada uma comissão composta por parlamentares representantes de entidades de classe para “intermediar o diálogo entre universidade e estudantes”.
Pedindo a compreensão de todos, o Prof. Jesualdo Farias começou sua fala dizendo-se solidário aos anseios dos estudantes, mas observando que se deve ter cuidado com as palavras. Em seguida, enfatizou que a UFC, em seus 55 anos de existência, nunca precisou de interferência externa para resolver seus problemas. O Reitor tomou como exemplo a invasão do campus do Pici, em 2008, por cerca de duas mil pessoas durante 17 dias. Segundo ele, “a solução foi encontrada entre nós mesmos”.
Dando explicações detalhadas, o Reitor fez um levantamento da história do Campus de Sobral, ressaltando as dificuldades que um gestor público enfrenta para executar obras, por causa da burocracia e dos prazos exigidos pela legislação. Uma licitação demora no mínimo três ou quatro meses, informou. Referiu-se, também, ao terreno inicialmente doado pela Prefeitura de Sobral (é exigência do MEC para que uma instituição federal se instale num município) para sediar o Campus, em área que não possuía condições de construção. A opção pelo espaço da antiga fábrica desativada de tecido foi feita devido a diversos pontos positivos, além da oportunidade de a UFC contribuir para a preservação do patrimônio da cidade.
As obras sofreram atrasos, e pode-se perguntar por que a Universidade não rescindiu o contrato com a empresa responsável, argumentou o Reitor, para em seguida explicar: a UFC teria um prejuízo de R$ 7 milhões, já que os recursos teriam de retornar à União. Lembrou, como outro fator que retardou o início das obras, as fortes chuvas de 2009 que fizeram subir o leito do Rio Acaraú, alagando o terreno onde serão erguidos os blocos da Odontologia.
Atualmente o local já está preparado para receber edificação e sem risco de sofrer inundações. Foram investidos nos trabalhos R$ 790 mil. Serão empregados nas instalações da Odontologia de Sobral um total de R$ 13 milhões, afirmou o Prof. Jesualdo Farias.
O Reitor assegurou aos alunos que “o que pode ser feito foi feito, o que pode está sendo feito. Não quebrei nenhum compromisso”. Garantiu estar de coração aberto, assim como as portas do Gabinete também estão abertas para recebê-los. Pediu ainda que suas palavras servissem para reflexão.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional – (fones: 85 3366 7330 / 3366 7331)